Autor: HÉLIO CERVELIN
Enquanto registro a minha gratidão a
todos os amigos que me parabenizaram pela passagem de mais um aniversário,
aproveito para fazer uma necessária reflexão.
Cada um de nós pertence a uma
determinada geração e cada geração, por sua vez, tem um tempo determinado
debaixo deste céu. Cada uma delas deve representar uma lufada de um vento
benigno, que surge, avança e abençoa a natureza em que atua, causando alterações
benéficas por onde passa, e desaparecendo no horizonte, ao final.
Mas, para deixar boas obras e,
consequentemente, boas recordações na memória de nossos contemporâneos,
precisamos realizar atos bem aceitos pelo senso comum e pautar nossa vida de
forma assertiva, adotando posturas dignas, acompanhadas de reações pacíficas
perante as contrariedades e desafios que nosso viver biográfico nos apresenta.
Não podemos ser uma tempestade que a tudo abala ou destrói por onde passa, sem
gerar consequências alentadoras. Nem sermos aquela brisa fraca, que tanto faz
estar presente ou ausente.
Torna-se indispensável que possamos
ser um vento que promova alterações benignas, cuja passagem represente a
reposição do oxigênio já exaurido pela necessidade de sobrevivência dos
presentes; ser a brisa que refresca o ambiente sufocado pela falta de uma
circulação saudável do ar; ser o agente transportador de vigorosos
polens, que irão fertilizar as flores a desabrochar no entorno,
produzindo novas sementes e renovando a vegetação por onde transitarmos;
ter a consciência de que os ventos se renovam, e que é imprescindível abrirmos
espaços para que os ares do porvir possam se aproximar, trazendo insólitos
aromas e polens originais para gerar novos e excêntricos frutos e flores,
renovadores de pomares e jardins.
A saudação a alguém que aniversaria
geralmente acontece como uma formalidade social, mas só é efetivamente
sincera quando há amizade verdadeira, gratidão ou reconhecimento por algo de
bom que estivermos realizando. Por isso me sinto gratificado pelo abraço dos
meus amigos.
Até cumprir a minha trajetória, quero
continuar sendo essa brisa renovadora e portadora de novas e reconfortantes
melodias, ousados e criativos pensamentos, inovadores e inspirados
conhecimentos.
Tenho ciência de que sou um vento
passageiro, mas nunca me sentirei confortável por ser reconhecido apenas e
simplesmente como uma brisa morna que nada de bom acrescentou. Também não
desejo jamais ser aquela violenta tempestade que a tudo destelhou, causando
transtornos ao meu redor.
Permita o Criador que, na minha
passagem por este planeta, eu possa fertilizar os campos, deixar bons frutos e
inesquecíveis - porque satisfatórias - lembranças a todos os viajantes da
jornada da minha geração.
"A palavra e a fala reúnem-se, transmitindo o amor e a gratidão que brotam nas profundezas de um coração" Bela leitura!
ResponderExcluirHamanatcha, Karina! Sua manifestação me transporta ao Samadhi!
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