quinta-feira, 2 de novembro de 2017

PRIMAVERA, DE NOVO! (Hélio Cervelin)













Autor: Hélio Cervelin


Já estava cansado daquela paisagem sombria do inverno onde parece predominar o triste silêncio do recolhimento, da compunção, do arrependimento.
A mata despojada, as folhas caídas rolando pelo chão ao sabor dos ventos,  os galhos das árvores expostos como que de braços abertos pedindo socorro, abrigo e  proteção traduzem uma imagem que até certo ponto nos induz à desolação. Essa ausência de cores nos faz pensar no silêncio, na prostração.  Tudo ao redor parece ter-se recolhido para uma reflexão profunda, despojada de encantos e ostentação, humildemente consternada nessa reclusão imposta pela natureza.
Mas, setembro chegou!
Vejo, enfim, surgir a primavera, com sua promessa de dias amenos, melodiosos e multimulticoloridos. Não são apenas as flores, como as orquídeas, violetas, crisântemos, jasmins, rosas e tantas outras de inumeráveis espécies que se apresentam em suas vívidas e variadas cores. Também os demais seres da Terra ressurgem, parecendo renascer, alegremente, saídos não se sabe de onde.
Os pássaros e os tantos outros animaizinhos voadores da floresta parecem comemorar com seus voos, cânticos, saltos e zumbidos o alvorecer da nova estação. O perfume está no ar. Rios, cascatas e cachoeiras comemoram alegremente, com a melodiosa harmonia de suas águas que correm. A vida parece ter começado agora o seu despertar para a eternidade. É a estação das flores, perfumes e sorrisos.
Na verdade, trata-se mesmo de um recomeço, como em tudo na natureza, incluindo nossas vidas, que são feitas de eternos recomeços.
É impossível negar: a primavera é a mais encantadora das estações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário