segunda-feira, 6 de novembro de 2017

GERAÇÃO E GRATIDÃO (Hélio Cervelin)


Autor: HÉLIO CERVELIN

Enquanto registro a minha gratidão a todos os amigos que me parabenizaram pela passagem de mais um aniversário, aproveito para fazer uma necessária reflexão.
Cada um de nós pertence a uma determinada geração e cada geração, por sua vez, tem um tempo determinado debaixo deste céu. Cada uma delas deve  representar uma lufada de um vento benigno, que surge, avança e abençoa a natureza em que atua, causando alterações benéficas por onde passa, e desaparecendo no horizonte, ao final.
Mas, para deixar boas obras e, consequentemente, boas recordações na memória de nossos contemporâneos, precisamos realizar atos bem aceitos pelo senso comum e pautar nossa vida de forma assertiva, adotando posturas dignas, acompanhadas de reações pacíficas perante as contrariedades e desafios que nosso viver biográfico nos apresenta. Não podemos ser uma tempestade que a tudo abala ou destrói por onde passa, sem gerar consequências alentadoras. Nem sermos aquela brisa fraca, que tanto faz estar presente ou ausente.
Torna-se indispensável que possamos ser um vento que promova alterações benignas, cuja passagem represente  a reposição do oxigênio já exaurido pela necessidade de sobrevivência dos presentes; ser a brisa que refresca o ambiente sufocado pela falta de uma circulação saudável do ar;  ser o agente transportador de vigorosos polens, que irão fertilizar as flores a desabrochar no entorno, produzindo  novas sementes e renovando a vegetação por onde transitarmos; ter a consciência de que os ventos se renovam, e que é imprescindível abrirmos espaços para que os ares do porvir possam se aproximar, trazendo insólitos aromas e polens originais para gerar novos e excêntricos frutos e flores,  renovadores de pomares e jardins. 
A saudação a alguém que aniversaria geralmente  acontece como uma formalidade social, mas só é efetivamente sincera quando há amizade verdadeira, gratidão ou reconhecimento por algo de bom que estivermos realizando. Por isso me sinto gratificado pelo abraço dos meus amigos.
Até cumprir a minha trajetória, quero continuar sendo essa brisa renovadora e portadora de novas e reconfortantes melodias, ousados e criativos pensamentos, inovadores e inspirados conhecimentos. 
Tenho ciência de que sou um vento passageiro, mas nunca me sentirei confortável por ser reconhecido apenas e simplesmente como uma brisa morna que nada de bom acrescentou. Também não desejo jamais ser aquela violenta tempestade  que a tudo destelhou, causando transtornos ao meu redor.
Permita o Criador que, na minha passagem por este planeta, eu possa fertilizar os campos, deixar bons frutos e inesquecíveis - porque satisfatórias -  lembranças a todos os viajantes da jornada da minha geração.


2 comentários:

  1. "A palavra e a fala reúnem-se, transmitindo o amor e a gratidão que brotam nas profundezas de um coração" Bela leitura!

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    1. Hamanatcha, Karina! Sua manifestação me transporta ao Samadhi!

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